O sonho
Senti medo. Paralizei. tentei raciocinar
pra tentar escapar das mãos daquele
que quis me machucar. Encurralada,
não pude gritar... sufoquei. Mesmo que
em sonho, não poderia fugir dele, dois
homens que aparentavam ter entre 19
e 23 anos, um deles era um pouco mais
alto que eu, o outro deveria ter 1,84.
Perguntaram-me o nome, menti, disse
que me chamava Samantha, não sei de
onde me ocorreu tal nome. Ninguem na
rua pela qual corri quis me ajudar, nem
o senhor de bengala que falava com os
amigos, nem o homem alto e forte que
teria derrubado os dois com apenas um
golpe. Desesperada comecei a pedir por
socorro. Nada. Cheguei ao pé de uma
ladeira, tentei subir, minhas pernas não
se moviam rapido o suficiente, os homens
estavam me alcançando quando uma mulher
abriu a porta, eu pedi que me deixasse entrar,
ela negou o meu pedido. Eu tentei escapar
dos homens e descer o que ja tinha conseguido
subir, pois não chegaria muito longe por esse
caminho. Ao chegar ao fim o meu telefone
que antes estava fora de area, tocou...
Era uma mulher, que sussurrava umas
palavras que nao pude entender, estavam
eu outro idioma. Entre tanto consegui
entender algumas partes, ela me dizia pra
correr, ate onde eu pudesse, e que quando
eles me alcançassem que não gritasse,
apenas me rendesse. Achei tudo aquilo uma
bobagem, afinal eu pretendia viver, mas
eu não sabia de quem era aquela voz, como
tinha chegado ao meu aparelho, nem como
sabia o que estava acontecendo, tive que,
simplesmente correr... Não estava mais
aguentando, não chegaria muito longe.
A essa altura, eu ja estava em um lugar que
não conhecia, devia ter corrido bastante.
Ao olhar para trás, não vi mais os meus
perseguidores, vi apenas uma rua, vazia.
Sentei, estava hiperventilando por causa
da minha corrida incessante. Quando levantei
para continuar andando, as mãos frias do
homem mais alto me pegaram uma por cada
lado do corpo, segurando firmemente os
meus braços. Ele me puxou pra bem perto,
e perguntou se estava com medo, lembrei
da voz ao telefone e segui suas instruções,
disse que sim, afnal, estava quase vibrando
com tantos tremores... Quase não consegui
ouvir o que o homem me disse, mas entendi
perfeitamente o que estava acontecendo.
Suas palavras foram "Se eu não posso ter
você, ninguem poderá" então ele me trancou
em uma especie de garagem, não sei bem o
que era, mas tinha o chão de cimento, as
paredes não mais altas que um pessoa (de
estatura media-alta) em pé, a largura de
mais ou menos dois metros por tres de
comprimento. O teto era de telhas vermelhas
e velhas, as paredes tinham uma pintura
tambem velha e desgastada, de cor amarela.
Fiquei ali trancada por uns 6 minutos antes
de descobrir uma janlela, não eramuito grande
mas eu poderia passar por ali se conseguisse
algo para que pudesse ficar encima. Tentei
subir pela parede para chegar na janela, que
estava trancada por fora, com uma escora.
Procurando por algo que pudesse quebrar
o vidro achei um interruptor, liguei uma
lampada que pendia do telhado, a luz era
fraca, mas consegui ver um espelho na parede
do fundo, estava velho e sujo, como tudo ali,
parecia que ninguem entrava aqui ha anos...
Quando me olhei no espelho me assustei.
Não era eu, era uma outra menina, de
cabelos pretos e lisos que chegavam a cintura,
usava um vestido o que até agora nao tinha
visto, eu tambem usava. Quando cai na real,
percebi que eu estava vendo tudo atraves dela,
de Samantha. Samantha tinha a minha altura,
era jovem e bonita, delicada e aparentava uns
dezeseis anos. Quando o homem voltou, tinha
nas mãos uma garrafa de vidro, de tom verde
e sujo, e uma pequena caixa. A principio não
entendi, mas depois me ocorreu que ele iria
por fogo no quarto, que aquilo na garrafa era
alcool ou gasolina, e a caixa tinha fósforos...
Ouvi a voz outra vez. Dessa vez ela me soou
familiar, não sei se porque ja a tinha ouvido
antes, ou se porque era de alguem que Samantha
conhecia. A voz me disse pra ficar quieta, ate que
o homem tivesse deramado todo o liquido da
garrafa. Assim o fiz. Enquanto o homem jogava
o liquido que determinaria o meu fim, a voz me
disse pra maner a posiçao contraria a ele. Eu
obedeci. Quaando acabou o homem se direcionou
à porta, a unica saida do lugar, a não ser a janela.
e fiquei de frente pra ele, a dois passos de distancia.
A voz me disse pra esperar que ele acendesse o
fósforo, eu esperei que ele o tirasse da caixa,
quando se preparava para risca-lo, a voz me disse
para correr e empurra-lo no chao, eu corri
e com toda força que eu pude joguei meus braços
em sua direção, acertando-o no peito, o que o fez
cair no chão a minha frente. Peguei os fosforos
que ele derrubou ao cair e acendi a corrente
de fogo que nos circulou em questao de segundos,
entao passei correndo pela parede de fogo e fechei
a porta atras de mim. Assim que tive certeza de
que estava trancada, corri, o mais rapido que pude,
até a hora em que tropecei em alguma coisa.
Tentei me levantar, não sabia porque estava correndo,
mas tinha que correr. A minha perna estava doendo,
não conseguia nem ficar de pé, quando de lonje, vi
um vulto que me pareceu ser uma pessoa, estava
escurecendo, deviam ser umas cinco e meia,
quando se aproximou, vi que o vulto era do segundo
homem, aquele que me perseguira uma hora atrás.
A voz soou novamente em meus ouvidos me disse
pra levantar e gritar por ajuda, achei aquilo meio
idiota, mas como nas outras vezes, o fiz...
Quando gritei tudo fez sentido... Aquelan não era
eu, eu não estava em perigo real. A voz que gritou
não fo a minha, foi a de Samantha, finalmente
reconheci a voz que estava ouvindo... era a minha.
Eu estava de algum modo sonhando com o que
Samantha estava passando, mas eu não estava no
sonho, estava fora dele, vendo aquilo acontecer...
Quando percebi o que tinha acontecido ja estava
de volta, na minha cama, acordada e assustada.
Até hoje não sei quem é Samantha, nem o que
lhe aconteceu depois do encontro com o segundo
homem, mas se um dia voltar a ve-la, eu volto
pra terminar a historia.
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