A casa
Estava em casa. Não sei em que casa, mas estava numa casa. O comodo em que eu estava era azul, bem clarinho, tinha moveis antigos e empoeirados. O piso era de madeira, as cortinas de um tom amarelado de branco. Tudo muito rustico. À minha direita havia uma mesa de madeira e quatro cadeiras. À minha frente, havia uma porta, pela qual sai assim que a vi. A porta dava para um corredor com o mesmo azul da sala, o piso ainda era o mesmo, ao longo do corredor haviam portas, todas fechadas, nao me arrisquei a abrir nenhuma delas, nao sabia onde estava, nem o que havia dentro delas, estava com medo. Chegeui ao fim do corredor e tambem havia uma porta mas esta estava apenas encostada, haviam chaves do lado de fora da fechadura. Entrei. Parecia um quarto. Havia uma cama grande o suficiente pra dormirem duas pessoas nela, mas nao era de casal. Uma escrivaninha embaixo da janela, que tinha uma cortina rosa, por certo tudo no quarto era em tons de rosa e lilás. As coisas naquela casa pareciam velhas, nao antigas. Ninguem havia estado naquela casa há anos. Sentei-me na cama. Era macia. Olhei na mesinha de cabeceira um porta-retratos que tinha uma foto do que parecia ser de uma família. Uma mulher de olhos verdes e cabelos loiros e cacheados na altura dos ombros estava com as maos nos ombros de uma menina que devia ter uns seis anos, os cabelos iguais aos da mãe, mas nao eram loiros, eram negros, tambem havia um homem na foto, alto, sua postura impunha respeito a qualquer um. Todos eles estavam com roupas esquisitas, a menina usava um vestido rosa e florido, a mae uma saia azul até os joelhos, uma blusa bem detalhada, o sueter por cima dos ombros e amarrado em um no na frente do peito. Assim que terminei de olhar o quarto saí de dento dele, voltei pelo corredor e procurei por outra porta aberta. Nao tinha. Escolhi uma das que haviam e a abri. Era outro quarto, este parecia um quarto para bebê, todo em azul e verde. Havia um berço, uma cadeira, um tapete, muitos bonecos e animais de pelucia nas estantes que havia por todo o quarto. Mas tudo parecia nunca ter sido tocado. Estava tudo muito empoeirado. Saí deste quarto também. Entrei em outra porta. Essa dava para o banheiro, nao fiquei lá por miuto tempo. A quarta porta que eu abri deu num quarto que deveria ser do casal, havia uma cama bem no centro, uma mesinha de cada lado, a janela ficava bem encima da cama, com cortinas brancas e velhas em forma de arco, muito bonito e arrumado, tudo na casa era assim, mas parecia abandonada. Andei pelo quarto. Abri as gavetas, olhei pela janela. Vi o que devia ter sido o jardim, mas estava tudo morto, cheio de ervas daninhas e outras plantas. Assim que me afastei mais da janela pude ver o meu reflexo nela. Oura vez, nao era eu, era a menina do sonho anterior, Samantha. Nao consegui entender porque eu estava sonhando com ela, outra vez, e agora, nesta casa. Percebi imediatamente que aquela era a casa de Samantha, e que ela era a garotinha na foto. Tentei sair da casa. me perdi um pouco, mas lembrei que quando se entra numa casa voce entra pela sala de estar, voltei para o comodo em que me encontrava de inicio e lá estava a porta. Tentei abrir, estava trancada. As janelas! Fui para o meu quarto, era muito alto para pular. Abri a janela e joguei a cortina pra fora. Ela chegava ate a metade do caminho. Pelo menos nao era tao alto quanto daqui de cima. Desci com muito cuidado pela cortina, o que nao adiantou muito. Despenquei de lá, caindo no chao com tanta força que machuqeui o meu braço. Então, agora que ja estava fora da casa, onde eu estava? Nao fazia nem ideia. Dei a volta na saca prara achar a porta de entrada. Lá estava ela, e logo aos seus pés, um caminhos de barro, indo na direção oposta da cas, eu me apressei e andei por aquele caminho pro uns 15 minutos ate chegar numa estrada, nao havia nada mais, so o caminho pelo qual eu tinha vindo e a estrada. Sentei um pouco no acostamento, e percebi que o meu braço estav doendo muito, devia ter quebrado ele. De tao cansada que estava adormeci. Ouvi uma voz calma e baixa, falando com alguem, abri os olhos e vi uma senhora que devia ter uns sessenta anos de idade. Ela falava comigo. Queria saber por que eu estava ali. Eu tambem. A senhora me ofereceu abrigo e eum telefone, eu aceitei e nós andamos em direçao a estrada, andei por mais um tempo com aquela senhora, e finalmente comecei a ver uma casinha, simples e pequena. A senhora me levou pra dentro, no começo fiquei com receio de entrar, porque nao sabia onde estava me metendo, mas nao podia passar a noite na estrada. Quando entrei vi que a casa levava o mesmo estilo rustico da outra, mas essa parecia bem cuidada. Marian, (a senhora que me achara) me deu um copo com leite e alguns pães. Eu ano tinha notado que estava com fome, ate comer. Algum tempo depois Marian veio me perguntar de onde eu tinha vindo, como eu nao sabia dizer, contei toda historia pra ela. Depois de notar que ela sabia do que eu estava falando perguntei se ela sabia algo que eu nao, e ela contou-me uma historia. "Já faz tempo, as pessoas que voce vui no retrato eram a familia 'Nevill' os antigos donos daquela casa. Eles nao eram como nós, alguns dizem que Rose, a mulher loira era uma bruxa e tinha um acordo com o demonio, como nao podia engravidar deu sua alma em troca dos filhos, ela teve um linda menina, alguns anos depois ela engravidou novamente, mas o demonio ja havia lhe concedido um filho, e o acordo nao incliua outro bebe, entao, dizem que o demonio se apossou do corpo de seu marido e arrancou-lhe o bebe antes mesmo de nascer. Ninguem sabe ao certo o que aconteceu à aquela familia, mas, os rumores dizem que por serem acusados de bruxaria foram todos mortos, menos o bebe, que foi achado morto na casa e teve um enterro decente." Fiquei com um pouco de medo ao ouvir a historia mas nao me aprofundei no assunto...
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"A Casa de Samantha" não é a continuação de "Samantha", mas sim outra história da mesma serie. Em breve sairá o 3º episodio "O Livro de Samantha".
ResponderExcluirObrigada pela compreensão...